A Era das Vacinas (IV)

Artigo de opinião publicado no “Diário de Notícias” 27 setembro 2023

Terminam hoje os artigos sobre a era das vacinas. Poderão ter tido alguma utilidade aos leitores, visto que amanhã tem início a campanha para a estação fria que se avizinha que é centrada na indicação para serem administradas duas vacinas: gripe sazonal e Covid-19.

A vacina para a gripe é tetravalente, visto que contempla dois vírus do tipo A e dois do tipo B.

Sublinhe-se que a vacina para a Covid-19, lançada pela Pfizer com o nome de Comirnaty, está já adaptada para as variantes do vírus que circulam em 2023-2024.

Ambas as vacinas são gratuitas e estão aconselhadas a adultos maiores de 60 anos de idade e a doentes com problemas crónicos. Este ano, pela primeira vez, podem ser administradas próximo da residência e sem qualquer despesa: vacinas e inoculações têm custo zero nas farmácias privadas habituais.

6 Ao terminar a Era das Vacinas, enumeram-se, a seguir, determinadas doenças que podem ser evitadas através da imunização com novas vacinas, já aprovadas.

Precise-se.

6.1. Para a ZONA, provocada pelo vírus herpes zóster, a nova vacina traduz a maior preocupação atual em vacinar adultos contra certas doenças, até aqui sem proteção. A vacina, fabricada pela empresa farmacêutica GSK, tem o nome comercial de Shingrix, poderá ser adquirida nas farmácias por prescrição médica.

6.2. Para a GRIPE há, agora, uma outra vacina, diferente da sazonal, também tetravalente, mas de alta dose. Foi apresentada pela Sanofi com o nome de Efluelda, sendo indicada para a população mais idosa. Em Portugal tem sido utilizada em lares (tudo indica com bons resultados).

6.3. Para a BRONQUIOLITE, está aprovada a indicação para as mulheres grávidas receberem a vacina contra a infeção originada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) considerada importante na perspetiva da proteção das crianças em relação à infeção provocada por aquele vírus. A vacina, preparada pela Pfizer, tem o nome de Abrysvo. Saliente-se que não é a primeira vez que uma vacina é administrada à mãe, durante a gravidez, para os anticorpos protetores passarem para o recém-nascido e, desta maneira, assegurarem proteção ao filho (prática há muito aconselhada, primeiro para o tétano e depois para a tosse convulsa).

6.4. Para a infeção humana por vírus MONKEYPOX existe a vacina denominada Imvanex, da farmacêutica BN.

6.5. O PALUDISMO, também chamado malária, é uma das doenças mais mortíferas do Planeta, especialmente em África. Atendendo à sua gravidade, foram muitos os cientistas que a partir de 1960 procuraram, sem sucesso, uma vacina eficaz.  Porém, em 2022, foi aprovada a primeira vacina pela Organização Mundial da Saúde, destinada a crianças. É segura e efetiva através de injeção muscular. Tem como nome comercial Mosquirix. Representa uma imensa esperança para reduzir a mortalidade abaixo dos cinco anos de idade nas regiões, sobretudo tropicais, onde os mosquitos Anófeles são vetores dos plasmódios (parasitas protozoários agentes do paludismo).

Nota final: Ao contrário das doenças infeciosas acima mencionadas, os cientistas não conseguiram afinar a vacina para a infeção provocada pelo Vírus da Imunodeficiente Humana (VIH), agente da SIDA. O vírus começou a circular há quase 50 anos e foi identificado em 1983, mas apesar de não haver vacina, em compensação, o tratamento medicamentoso é muito eficaz, tendo tornado a SIDA uma doença crónica.

Francisco George
franciscogeorge@icloud.pt